Modelagem de risco e Ciência de Dados para o enfrentamento de Doenças Negligenciadas
As doenças negligenciadas ainda atingem milhões de pessoas, especialmente em comunidades pobres, rurais e periféricas. Enquanto a tecnologia avança, essas enfermidades continuam sendo subnotificadas, subfinanciadas e esquecidas.
As doenças negligenciadas representam uma face persistente das desigualdades sociais. Mesmo em tempos de avanços tecnológicos e médicos, milhões de pessoas em comunidades pobres, rurais e periféricas continuam vulneráveis a enfermidades como tuberculose, hanseníase, dengue e outras arboviroses.
Essas doenças são chamadas de “negligenciadas” porque recebem pouca atenção em termos de financiamento, pesquisa e políticas públicas, apesar de sua carga significativa sobre populações vulneráveis. Essa realidade afronta diretamente os princípios da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que propõe "não deixar ninguém para trás".
O Projeto CENÁRIOS propõe abordagens que combina modelagem de risco, ciência de dados e saúde digital para subsidiar a vigilância em saúde e ambiente
O que é o projeto CENÁRIOS?
O Projeto CENÁRIOS propõe um modelo inovador de vigilância em saúde, combinando:
Modelagem de Risco: análise preditiva para identificar áreas e populações em maior risco antes que surjam surtos.
Ciência de Dados e Inteligência Artificial: transformação de dados epidemiológicos, climáticos e sociais em ferramentas práticas para a tomada de decisão.
Saúde Digital: integração de novas tecnologias para aprimorar a coleta, monitoramento e resposta a dados em saúde.
Nosso objetivo é subsidiar ações públicas mais eficientes e equitativas, prevenindo crises sanitárias e promovendo a justiça social em saúde.
Por que modelar riscos?
Modelar riscos não é apenas prever onde haverá surtos de doenças, é antecipar vulnerabilidades sociais e ambientais para agir antes que essas ameaças se concretizem.
Como dizia Peter Drucker, "O que não se mede, não se gerencia". Sem dados precisos e territorializados, a gestão da saúde pública permanece no escuro. Através da modelagem de risco, iluminamos o caminho para políticas de saúde baseadas em evidências e focadas na equidade.
A modelagem de risco não é um fim em si mesma, mas um meio para reduzir iniquidades. Ao combinar a PNVS com ferramentas de saúde digital, é possível transformar dados em ações concretas — como priorizar vacinação em áreas endêmicas ou implementar telas em janelas em regiões com alta incidência de leishmaniose. Doenças negligenciadas exigem respostas inteligentes, e a ciência de dados, aliada à vigilância ativa, é um caminho para garantir saúde equitativa nos territórios.
"O que não se mede, não se gerencia." de Peter Drucker - aplica-se à luta contra as doenças negligenciadas: sem dados precisos, a tomada de decisão fica no escuro. A saúde digital e a modelagem de risco são, portanto, faróis para uma vigilância em saúde verdadeiramente territorializada e eficaz.